quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A superação de Joanna Maranhão

A nadadora Joanna Maranhão é natural do Recife (PE), onde aos três anos já nadava no Clube Português de Recife. O primeiro sinal de que esta pernambucana teria futuro veio em 1998, quando com 11 anos Joanna conquistou a vitória da prova de 400 metros livres e dos 200 metros medley, no Festival CBDA-Correios-Norte-Nordeste.
Nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), Joanna apareceu como a grande esperança do Brasil devido a seu ótimo desempenho. Com apenas 16 anos, a pernambucana pôs no peito a medalha de bronze dos 400m medley. Apesar dos sucessos, Joanna passou por um momento tormentoso logo após as Olimpíadas.
Os motivos desta crise de resultados, que perdurou até o ano passado, não estavam relacionados somente a parte técnica. Joanna revelou que seu mau desempenho estava ligado ao trauma de ter sido molestada por um técnico, aos nove anos de idade. Para ela, este fato se tornar público aconteceria de qualquer forma, e seria uma maneira para que as pessoas a entenderem melhor. Ela também encara sua experiência como uma barreira para fortalecê-la e torná-la um exemplo para as outras pessoas.
O técnico acusado, Eugênio Miranda, processou Joanna e sua mãe, Terezinha Maranhão, por difamação. Com o processo correndo, os dois trocaram acusações e Miranda pediu que a vida da nadadora fosse investigada e afirmou que ela é uma pessoa problemática. Porém, o processo foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal. O mesmo foi feito com os casos baseados na Lei de Imprensa, que está sendo questionada judicialmente.
Logo ao superar a crise, a atleta começou a se dedicar completamente aos treinos. E já pôde ver resultados: na sua participação nos últimos jogos Pan-americanos, em 2007 no Rio, terminou na 4ª colocação dos 400m medley, com oito centésimos a separando do título, e bateu o recorde sul-americano e o brasileiro dos 200 m medley, mesmo não conseguindo se classificar para a final da prova.
Agora, com 21 anos, competiu nos Jogos Olímpicos que estão acontecendo em Pequim. Mesmo chegando em primeiro lugar na sua bateria dos 400m, a nadadora ficou com a 17ª posição na classificação geral e não disputará a final. Nas eliminatórias dos 200m borboleta, que aconteceu nesta terça-feira, a nadadora cravou 2m10s64, mas não se classificou para as semifinais. Estes números se tornam mais grandiosos quando pensamos que são resultados de uma superação de Joanna.

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