segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Entrevista com Orlando Duarte


Orlando Duarte, nascido em Rancharia (SP), em 18 de fevereiro de 1932, é um dos jornalistas brasileiros mais conceituados no meio esportivo. Com mais de 50 anos de profissão, cobriu todas as copas do mundo desde 1950 (foram 14) e 10 jogos olímpicos.
Duarte trabalhou nas TVs Globo, SBT , Jovem Pan UHF, Bandeirantes, Gazeta e Cultura. Na rádio Jovem Pan ficou por 22 anos, e na Trianon, por 6. Além disso, teve passagens pelos jornais Gazeta Esportiva, A Gazeta, Mundo Esportivo, O Tempo, Última Hora e o Diário da Noite e publicou mais de 25 livros.
Em seu último livro, “Na Mesma Sintonia”, Duarte fala sobre sua trajetória no rádio.
Atualmente, Orlando Duarte mantém oBlog da Cultura Esportiva na internet, administrado por seu filho, onde responde questões ligadas ao esporte, e escreve a coluna "O Informal", publicada em dezenas de jornais brasileiros.
Nesta entrevista, Duarte relembra sua trajetória como jornalista esportivo e comenta as mudanças ocorridas na profissão.

G.E. - O que levou o senhor a atuar no meio jornalístico?

O.D. - Cidade pequena, poucas coisas para um garoto fazer. Naquela época nem havia chegado a televisão ao Brasil. Estudar, praticar esporte e ter criatividade para superar os momentos de nada por fazer. Precisávamos encher o tempo. Trabalhar no serviço de auto-falante e escrever para o Jornal da Terra fazia parte de minha atividade. Escrevia sobre esporte, sempre gostei. Falava sobre esporte, e foi aí que tudo começou.

G.E. - Como foi e como é sua relação diante as tendências de modernização dos meios jornalísticos, primeiro do rádio para a TV, e mais recentemente, da TV para internet?

O.D. - Tudo evolui. No rádio o que importa é a capacidade de cada um de transmitir a notícia, o comentário, e o entretenimento. Com o transistor, o que era apenas um rádio em cada casa, passou a ser milhões, nos quartos, cozinhas, e por todo o lado de um lar.

Na televisão, a cada instante, há uma inovação tecnológica. Vivemos agora a era digital e de alta-definição, e não há limites para a evolução da TV, que também é nova em termos de Brasil, tendo começado precariamente na década de 1950..

O jornal escrito sofreu e sofre concorrência, mas também evoluiu em qualidade e rapidez. Chegamos à internet, que como dizem todos é a comunicação do futuro, mas ela não invalida o rádio, o jornal e a TV. São veículos que podem viver independentemente e sempre, graças à mais importante das peças, que é justamente o homem.

G.E. - E como você particularmente se adaptou a essas mudanças?

O.D. - Tirante a internet, com a qual não tenho nenhuma intimidade, nem sei ligar um micro, os demais veículos fazem parte de minha corrente sanguínea. Admiro quem tem o domínio sobre as maravilhas do computador. Tudo, é claro, ficou mais rápido depois dele; o mundo é um só!

G.E. - O senhor poderia falar sobre como mudaram as coberturas de Copa do Mundo de 1950 para cá?

O.D. - Basicamente, fomos de zero a 100%, e isto graças ao satélite, ao celular, ao computador, em suma, ao progresso tecnológico dos meios de comunicação. Também, ficou acelerada a concorrência, entre rádio, TV e jornal. E quem ganha é o público, que pode escolher qual o melhor veículo para acompanhar o mundial, os jogos olímpicos e qualquer outra notícia do mundo!

G.E. - Em sua opinião quais foram a melhor e a pior copa do mundo? Por quê?

O.D. - Pior, foi perder em 1950, em casa, mas tivemos outras que pecaram pela falta de organização como a 1966 na Inglaterra. A melhor foi a de 1958, quando tivemos pelo menos quatro gênios no futebol em ação: Nilton Santos, Didi, Pelé e Garrincha. Na mesma equipe, tínhamos ainda Djalma Santos, Gilmar, Zito, Vavá, Bellini, Dino Sani, e Dida. A copa foi na Suécia. Pela primeira vez o Brasil, ganhou uma Copa, fora do continente no campo do adversário, a finalista Suécia. INESQUECÍVEL!

G.E. - O que você acha das transformações ocorridas no futebol em relação às negociações de jogadores com clubes estrangeiros e a influência de seus empresários?

O.D. - No mundo capitalista, há sempre o domínio do potencial econômico em qualquer coisa. Não é diferente no futebol. Haja vista que os melhores craques da Holanda, Itália, Inglaterra, Alemanha, Espanha, França, estão sempre no meio de negócios realizados pelos clubes, com empresários ou não. O futebol brasileiro é fraco economicamente, e por esta razão mesma, por ser um grande produtor de jogadores, passa a ser alvo da cobiça de todos e principalmente de empresários, alguns muito bons e outros fracos. Isto só será evitado com a melhoria da economia brasileira e naturalmente da situação de nossos clubes.

G.E. - E sobre o estilo de jogo?

O.D. - O jogador sempre leva consigo o seu estilo que é a sua técnica e sua marca. Dentro das táticas, consegue provocar alterações nos resultados dos jogos. Além disso, ele provoca, por imitação, o surgimento de jogadores de centros menos adiantados, com boa técnica. É o que acontece, quando você exporta jogadores para onde não há muita tradição e técnicos estrangeiros; o rendimento de nossos atletas melhora muito.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Massa: do pequeno massacre aos aplausos


Felipe Massa começou a temporada de 2008 como uma incógnita.

A dúvida que ficava era como iria reagir após ver seu companheiro de equipe, o finlandês Kimi Raikkonen, ser campeão no ano anterior? A resposta nas duas primeiras provas da temporada (GPs da Austrália e Malásia), não foi das melhores. Massa saiu dessas corridas zerado em pontos, após cometer erros individuais.

Na terceira corrida, no Bahrein, veio a primeira resposta. Ele venceu a prova, e deu fim às críticas que começava a receber principalmente da exigente imprensa italiana.

Depois dessa vitória vieram outras na França,Turquia,Valência,Bélgica e Brasil.

Ao longo da temporada o piloto da Ferrari sofreu com a falta de sorte na Hungria, onde o motor quebrou quando estava em primeiro lugar a três voltas do final. No GP canadense, um erro em seu pit-stop tirou-lhe a chance da vitória. Em Cingapura, outro erro bisonho: Massa saiu do pit-stop com a mangueira de combustível engatada em seu carro.

Na última prova da temporada, o GP do Brasil no domingo (2 de novembro), Massa estava sete pontos atrás de seu principal adversário, o inglês Lewis Hamilton da Mclaren. A duas voltas do final, Massa liderava a corrida. A chuva que começou a cair ajudava o brasileiro naquele momento a conquistar o campeonato – Hamilton o inglês estava em sexto lugar. Mas o inglês acabou a corrida em quinto e levou o título. Mesmo assim, Massa venceu a corrida e no pódio foi aplaudido de pé pela torcida.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Perfil: Sebastian Vettel

O piloto alemão Sebastian Vettel se tornou, o mais jovem piloto a vencer uma corrida na fórmula 1 com 21 anos. Ele venceu o último GP de Monza na Itália pela equipe italiana “Toro Rosso”(equipe considerada média, em termos de investimento na F1 atual, Apesar de ser propriedade da marca de energéticos “Red Bull”) .

Abaixo um perfil do piloto:

Nascido em 3/7/87, na cidade de Heppenheim na Alemanha.
Começou em 2001 conquistando os campeonatos alemão e europeu.de kart Em 2003 venceu a fórmula “BMW” e repetiu o título em 2004. No ano seguinte foi o “novato do ano” na fórmula 3(Quer saber mais o que é a fórmula 3? Acesse: http://www.fota.co.uk/ site em inglês), onde teve 5 pódios. Neste mesmo ano foi chamado como piloto de testes da equipe BMW.
Estreou na fórmula 1, ano passado, na “Toro Rosso” e teve como melhor resultado o quarto lugar no GP da China.
Seus números na F1 são: 29 pontos conquistados em 22 participações em GPs.

Fonte: http://www.formula1.com/teams_and_drivers/drivers/822/

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A melhor atuação brasileira na história das Paraolimpíadas

Com o encerramento das Paraolimpíadas de Pequim hoje pela manhã (17/09), o Brasil registrou sua melhor campanha no evento, de que já participou em dez ocasiões. Durante os 11 dias em que os jogos foram disputados, atletas brasileiros subiram ao pódio 47 vezes, superando a melhor marca alcançada (33) nos jogos olímpicos de Atenas. A delegação brasileira retornará da capital chinesa com 16 medalhas de ouro, 14 de prata e 17 de bronze. Tal resultado coloca o Brasil na 9ª posição no quadro de medalhas, que teve como vencedor a anfitriã China, com 89 ouros, 70 pratas e 52 bronzes, totalizando 211 medalhas.


O Brasil teve como principais destaques os nadadores Daniel Dias e André Brasil. Dias disputou sete provas no Cubo d’Água, faturando quatro medalhas de ouro e uma de prata. André Brasil bateu o recorde de medalhas obtidas em uma edição dos jogos, conquistou 9 contra 7 de Clodoaldo Silva em Atenas. Vale mencionar também Lucas Prato, principal nome no atletismo, e Dirceu Pinto, integrante da primeira equipe de bocha do Brasil; ambos ganharam ouro em Pequim. Outros que subiram à posição mais alta no pódio foram Terezinha Guilhermina (atletismo), Antônio Tenório (judô) e a equipe do futebol de 5 (esporte exclusivo das Paraolimpíadas para deficientes visuais).

Até Londres...


Encerram-se nesta quarta-feira (17/09) as Paraolimpíadas de Pequim com uma cerimônia para marcar o fim dos jogos após 11 dias em que foram disputadas 473 medalhas de ouro.
A cerimônia ocorreu no Ninho de Pássaro, o mesmo local da abertura dos jogos, e contou com fogos, danças e apresentações de variados tipos.
As bandeiras dos países foram carregadas por seus respectivos destaques individuais. O nadador brasileiro Daniel Dias, maior medalhista em Pequim, foi o portador da bandeira nacional enquanto a nadadora sul-africana Natalie du Toit, e o corredor panamenho Said Gómez receberam o Prêmio Whang Youn Dai, por terem sido os atletas que melhor representaram o espírito olímpico nos Jogos.
O destaque brasileiro nas Paraolimpíadas de Pequim foi excepcional batendo seu próprio recorde em número de medalhas e ouros em uma única edição dos Jogos e também com a maior delegação de sua história paraolímpica, tendo em Pequim 188 atletas. O Brasil conquistou ao todo 47 medalhas sendo 16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze, garantindo o 9° lugar.
O presidente chinês, Hu Jintao discursou agradecendo a todos que fizeram parte da maior paraolímpiada da história, a de Pequim.
Após o clima chinês das coreografias e apresentações, foi a vez dos ingleses mostrarem sua tradição, já no clima das Olimpíadas de Londres em 2012.
A apresentação inglesa contou com guitarras e o tradicional ônibus de dois andares.
A pira paraolímpica foi apagada, então, finalizando os jogos.

Fotos da cerimônia de encerramento foram disponibilizadas pelo portal UOL no link seguinte:
http://olimpiadas.uol.com.br/2008/album/080917encerramento_album.jhtm?abrefoto=1

Ainda no portal UOL, uma seção dedicada exclusivamente às Paraolimpíadas:
http://olimpiadas.uol.com.br/2008/paraolimpiadas/

Vídeo da abertura das Paraolimpíadas de Pequim postado no Youtube:
http://br.youtube.com/watch?v=Kciyrz_ZCkY

Os sites Quadro de Medalhas e Suapesquisa explicam as Paraolimpíadas apresentando sua história e as modalidades competitivas:
http://www.quadrodemedalhas.com/olimpiadas/paraolimpiadas-jogos-paraolimpicos.htm

http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/paraolimpiadas_2008.htm

Ainda não foram disponibilizados na internet, vídeos do encerramento Paraolímpico, que contou com a cobertura da TV Brasil.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Inclusão excluída

Apenas um canal no Brasil, e por assinatura (o Sportv) transmite, as Paraolimpíadas de Pequim.
Os atletas paraolímpicos merecem mais atenção! O Brasil (sabe-se lá como) de 2000 para cá, se tornou uma potência no esporte paraolimpico -- BEM diferente do esporte dito de atletas “ normais”. Somos (digo isso, porque também sou deficiente) um nicho especial da sociedade que ganha pouco a pouco espaço para questões do seu dia-a-dia na mídia, mas ainda é insuficiente.
O esporte é um meio de inclusão e essa atitude obscurantista dos grandes meios de comunicação com relação à competição exclui todo o esforço dos atletas brasileiros.
Nós não queremos ser apenas pequenas notas em programas esportivos ou rodapés nos cadernos de esportes dos jornais. E quando noticia-se algo é sempre na ótica da “superação de limites” ou de uma certa pena.
Essa “inclusão excluída” velada faz mal a toda uma sociedade que se diz democrática e ,por isso, deveria abrir espaço as opiniões de todos os seus cidadãos.

Hamilton termina em primeiro, para classificar-se em terceiro


Na 42ª volta do GP da Bélgica, disputado no dia 7/09, Lewis Hamilton, segundo colocado até então, quase se chocou com Kimi Raikkonen ao realizar uma ultrapassagem irregular. O inglês tentou forçar uma ultrapassagem, mas foi fechado por Raikkonnen que fazia a curva. Hamilton, então, teve de usar a área de escape para não se chocar e acabou ultrapassando Raikonnen de forma irregular.
O britânico deixou, então, o finlandês reassumir a posição, uma vez que a tinha alcançado inadequadamente. Poucos segundos depois, Hamilton fez um zigue-zague e reassumiu o primeiro lugar.
Após o término da corrida, os comissários iniciaram uma investigação que resultou no veredicto de que Hamilton utilizou-se da área de escape da Bus Stop indevidamente, sendo assim, punido e rebaixado do primeiro lugar no pódio ao terceiro lugar, ficando atrás de Felipe Massa (primeiro lugar) e Nick Heidfeld (segundo lugar).

No link abaixo, Galvão Bueno, Reginaldo Leme e Burti comentam a prova e o erro de Hamilton.

http://mais.uol.com.br/view/hni1j3wq59im/galvao-reginaldo-leme-e-burti-falam-do-gp-do-bahrein-040260E08113C6?types=A&

O blog de J. Pezzolo, contém um vídeo postado no youtube que contém variados ângulos do acidente, o que permite uma melhor observação do ocorrido.

http://www.jpezzolo.com/2008/06/acidente-hamilton-kimi-diferentes.html

Outra seção do portal UOL que apresenta os momentos finais do GP da Bélgica utilizando as câmeras da Rede Globo.

http://mais.uol.com.br/view/3x1h616q8tiu/momentos-finais-do-gp-da-belgica-hamilton-vs-kimi-0402316CC8B90326?types=A&